"A saudade é um sentimento do coração que vem da sensibilidade e não da razão."
(Dom Duarte)
Manhã serena que se abre para um novo dia, pássaros a gorjear, o ar estava um pouco frio, perfumado, aconchegante. Os primeiros raios de sol adentram pelas frestas da janela. Os movimentos graciosos das folhas ao vento faziam com que as cores do dia mudassem de cobalto. Meus olhos queriam beber profundamente de toda beleza possível. Um dia perfeito, maravilhoso...para ficar deitada curtindo um pouco de preguiça, para saborear uma reminiscência que a memória conserva.
Hoje senti algo diferente, um grande palpitar, como se faltasse um pedaço de mim, como se fosse um momento único para viver...ou...reviver. Prendi a respiração por segundos enquanto meu coração se aconchegava nas lembranças ora despertadas.
A linha tênue perde seu valor, misturando presente e passado.
Há no ar aquele cheirinho que remete lembrança, um déja vu de emoções, aquela SAUDADE de algo ou alguém, um momento, uma infinitude de sensações que incendeiam cabeça, corpo e coração, que escarnece e enaltece as vontades, que dissimula desejos e querer.
Háaa...doce nostalgia! Que vem não sei de onde, chega não sei por que. Rasga meu peito de inquietude, de um bem mais que querer. Como é bom sentir-te, és como um rio que deságua em mim, contigo trás alegrias de bons momentos vividos que iguais não passarei jamais, da unicidade de cada segundo que só tua presença pode me proporcionar. Como pode essa ausência não doer? E quem disse que saudade tem sempre que doer?
Há distantes tão perto e presentes tão distantes que realidade se confunde com vontade.
Às vezes só a simples lembrança é capaz de preencher.
Lágrimas que rolam de amor, carinho e sem pudor deslizam por entre a calmaria da nostalgia.
A noite chega, e sob a luz do luar fico imaginando onde estás ô DOCE NOSTALGIA...vá com Deus, mas, não esqueça:
volte logo a me visitar!
(Samyra Almeida)